[Resenha] A Herdeira - Kiera Cass

Título: A Herdeira
Série: A Seleção
Autora: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Ano: 2015
Páginas: 361


Sinopse: 
A Herdeira - Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia.


Olá pessoas bonitas! ^^
Quanto tempo, não? Mas vida corrida é assim mesmo, nos deixa completamente sem tempo para nada. Bem, após um longo tempo, finalmente estou conseguindo fazer as resenhas que eu tanto amo pra nosso cantinho aqui no Paraíso das Idéias e para comemorar o meu retorno, decidi vir com um livro que foi muito esperado este ano: A HERDEIRA de Kiera Cass.

E pra começar, acho que não poderia ser diferente. Tem de ser com a seguinte frase:

Eu sou Eadlyn Schreave. Ninguém no mundo é mais poderosa que eu.

Devo admitir que tive de ler duas vezes esse livro, porque quando o li pela primeira vez quase o joguei pela janela de tamanho que era meu ódio. Com certeza, eu esperei muito por esta história e estaria mentindo se dissesse que não me decepcionei um pouquinho. Nos três primeiros livros da série A Seleção, Kiera Cass nos trouxe a história de America Singer e Maxon Schreave, onde America era uma típica moça pobre e Maxon era o Príncipe encantado - literalmente - pelo qual qualquer garota se apaixonaria. Ele não é perfeito como eu disse na resenha do livro A Escolha, no entanto, é o homem pelo qual eu me apaixonaria se existisse.
Mas o que esta em questão aqui é a história da primogênita do casal que protagonizou os três primeiros livros da Série de Kiera Cass, Eadlyn Schreave, a futura rainha de Illéa.
Como eu disse anteriormente, tive de ler este livro duas vezes para enfim conseguir chegar a conclusão que cheguei. Talvez ela seja um pouquinho diferente das demais opiniões que muitos devem ter visto por aí, por isso não darei spoilers da história em si. Darei uma visão um tanto psicológica da personagem, para que vocês no final consigam entender o porque consigo ver Eadlyn de uma forma diferente da maioria das pessoas.

"Você é Eadlyn Schreave. Será a próxima pessoa a governar este país e a primeira garota a fazer isso sozinha. Nenhuma pessoa (...) é tão poderosa quanto você."


Eadlyn Schreave, nasceu no dia 16 de abril de um ano desconhecido e esta longe de ser uma princesa humilde, doce e meiga como seu pai Maxon foi e mais longe ainda, de ser espirituosa como America era. Ela é arrogante, egocêntrica e extremamente egoísta. Humildade é uma coisa que literalmente não existe em seu dicionário. O fato é que Eadlyn é mimada e fútil - o que em lembrou muito uma personagem que marcou os três primeiros livros da série, Celeste.
Mas para explicar isso, eu fui buscar respostas no passado... Fui buscar respostas na vida de seus pais, America e Maxon e as encontrei.

Como America que cresceu passando dificuldades, as vezes não tendo nem mesmo o que comer e o que vestir, poderia passar para sua filha - a futura rainha de Illéa -, a humildade que ela apreendeu a ter com as dificuldades da vida, quando tudo o que ela queria era proteger a filha dessa realidade? Quando ela criou seus filhos sob uma redoma de vidro, dentro de uma jaula - como ela mesmo descreveu o palácio uma vez?
E quanto a Maxon, que conviveu boa parte de sua vida com um pai tirano e desumano, que constantemente inferiorizava sua capacidade para se tornar um bom governante para o reino e o tratava com violência como o Rei Clarkson o fazia... Como poderia ele ensinar a seus filhos a enfrentar os obstáculos e perigos da vida, a suportar e passar pelos problemas e frustrações do mundo real, quando ele assim como sua esposa, queria poupá-los de tudo o que passaram quando jovens? 

Talvez eu deva dizer que sei por experiência própria o que é ser protegida pelos pais. Muitas vezes os pais erram, tentando acertar. Erram porque amam demais seus filhos. 
Essa proteção as vezes acaba se tornando um enorme erro, como acontece nesta história. O fato é que a educação que Eadlyn recebeu foi muitas vezes relapsa e um tanto permissiva, por parte de America e Maxon pelo fato de que eles tentavam protegê-la de uma maneira que não cometessem os mesmo erros que seus pais cometeram, que ela não tivesse de enfrentar a dura e cruel realidade que eles enfrentaram e ainda assim, um dia ela estivesse preparada para assumir o trono quando a hora enfim chegasse.

Eadlyn é sete minutos mais velha que seu irmão gêmeo Ahren, um rapaz que devo admitir, é adorável e completamente ao contrário de Eady. Então vocês devem estar se perguntando: America e Maxon criaram seus filhos - que são quatro - de maneiras diferentes?
Sim, a resposta é sim. A primogênita acabou recebendo o dobro de atenção que seus demais filhos receberam, pelo fato de que ela seria a próxima governante.
Quando Eadlyn nasceu primeiro que Ahren, eles acharam injusto que sua primogênita perdesse o título pelo fato de ser mulher e mudaram a lei. Tentando não cometer o mesmo erro que seu pai - Clarkson - cometeu, Maxon permitiu que Eadlyn ficasse ao seu lado desde pequenina, aprendendo tudo o que seria necessário para ser uma boa governante. Ele deixava que ela desse sugestões para os problemas políticos do país, cuidando dos cortes orçamentários do governo, enviando correspondências para os Chefes de Estado, etc. Desde cedo Eadlyn teve de aprender a ter pulso firme, pois ela sempre soube que um dia ela seria a nova rainha de Illéa e Maxon  sempre a questionou constantemente sobre o que ela faria em seu lugar como governante do país. E por mais que ela diga constantemente a si mesmo que ninguém é mais poderosa do que ela, isso a apavora.

O maior medo de Eadlyn é não ser uma boa governante. Ao mesmo tempo em que ela quer ser a nova Rainha, ela abomina o fato de ser sete minutos mais velha que Ahren, pois ela tem a consciência de que se o seu irmão tivesse nascido primeiro, ele seria o Rei e não ela. Ele teria essa responsabilidade e não ela. E apesar de amá-lo de todo o coração - devo ressaltar que a relação entre irmãos deles é maravilhosa - ela o inveja. Pois, seu irmão consegue viver de maneira mais leve e descontraída e não carrega o mesmo fardo que ela nas costas. Para notar isso, temos de ser muito detalhistas. Mas isso esta notório no livro para os observadores como eu.

"Sempre pensara que não poderia viver uma vida para os outros, que o amor não passava de uma algema. Talvez fosse mesmo, mas a verdade é que eu precisava dessa algema".

No entanto, por trás da máscara de frieza de Eadlyn, há uma moça frágil que além do medo de não ser uma boa governante, possui o medo de se sentir vulnerável - por isso ela repete diversas vezes que ninguém é mais poderosa do que ela -, falhar e principalmente, se apaixonar, algo que só vem a tona com a Seleção. Ela tem medo de se tornar vulnerável e o fato de ela ter sido preparada constantemente para ser uma governante e ter pulso firme, fez com que parte do seu lado feminino ficasse em terceiro plano - nem é segundo, porque em segundo esta ser amada pelo povo e resolver os problemas do país após se livrar da seleção.
Ela não quer se casar, ela não quer ter de escolher. Para ela, quanto mais cedo ela eliminar os candidatos a sua mão em casamento, melhor. 
Toda via, seus planos começam a mudar a partir do momento em que ela finalmente sai da redoma de vidro e se choca com a realidade do mundo real. Nesse aspecto, a seleção, a chega dos 35 rapazes foi extremamente fundamental para que ela pudesse ver o reino não com os olhos de uma futura Rainha e sim, com os olhos de uma pessoa humana. Que sofre, que sente, que necessita de amor e carinho, que necessita de afeto e alguém para compartilhar a vida toda.

Sei que no inicio desta resenha disse que estaria mentindo se dissesse que não me decepcionei um pouquinho com o livro, mas isso se deve ao fato de que eu esperava mais um romance como foi a história de America e Maxon - com a interferência de Aspen, claro -, no entanto, Kiera Cass me surpreendeu com uma história completamente diferente, com uma personagem odiável e ao mesmo tempo, aplaudível e amável como Eadlyn Schreave é. Ela se superou, ela inovou.

Os 35 selecionados que são apresentados tem personalidades extremamente diferente uma das outras. Enquanto alguns querem conquistar a princesa - um grande desafio -, outros querem apenas a coroa e uma vida confortável. Um chega até a se oferecer como Príncipe Regente, prometendo que seria apenas um companheiro, que jamais pediria o amor dela. Isso me deixou chocada.
Os demais filhos de America Kaden e Osten são uns amores, são duas crianças tão adoráveis quanto o Príncipe Ahren - que por ironia é apaixonado por Camille, a filha da Rainha Daphne que um dia ficou interessado em Maxon e America detesta.
Outros personagens que já nos são tão familiares estão de volta nessa história, como May - a irmã de America que agora é adulta e continua sendo um amor de pessoa - Madame Marlee, Aspen Leager - agora General Real -, sua esposa Lucy, e os filhos de Marlee com o soldado Woodwork, Josi e Kile, que aliás, é um dos selecionados e cresceu junto com Eadlyn. Como será a relação de duas pessoas que cresceram juntos e agora tem de tentar viver um romance?

Isso tudo e muito mais vocês poderão conferir no livro A Herdeira, o quarto e penúltimo livro - segundo Kiera - da série A Seleção. O final do livro foi daquele tipo que te faz infartar e a história se desenrola de uma maneira surpreendente. Sei que disse que me decepcionei, mas isso se deve ao fato de que eu esperava um romance como já disse. Não esperem um romance como os demais livros da série foram. Se vocês estão abertos e dispostos a conferir algo novo, com toda certeza irão se surpreender com A Herdeira e com a personalidade difícil de compreender de Eadlyn Schreave. Kiera Cass mais uma vez merece os meus aplausos... E para meu deleite ela citou minha amada cidade de Calgary no Canadá. Adorei conhecer a "prefeita" de lá rsrs'
Eu realmente recomendo esta história e aguardo ansiosamente sua continuação. Alguém aqui já leu o livro? Se sim, o que achou? 
Conte para nós, vamos adorar saber.
Bom, espero que tenham gostado da resenha meus amores. Em breve, volto com mais :)
Beijos e até a próxima! ♥



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3 Comentários

  1. Minha relação com esse livro é de amor e ódio. haha
    Amor porque pude ver novamente América e Maxon e matar as saudades.
    Mas de ódio porque eles não são nada como nos primeiros livros. Senti falta da personalidade deles durante o livro.
    Outra coisa que também não me agradou muito foi a personalidade da Eadlyn, apesar de ela ter seus motivos, achei ela muito arrogante..
    Mas enfim, vamos ver os próximos volumes.


    Beijos
    www.ooutroladodaraposa.com.br

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  2. Oie!
    Eu tô louca pra ler esse livro desde que eu soube que seria lançado!
    Eu li a saga A Seleção e só falta um conto pra dizer que li tudo, haha.
    Nem sei o que dizer, não vou criar esperanças a nada já que não é um romance como os outros livros, mas quero ler loooogo. :D
    Beijos.

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  3. Luna, eu ainda não terminei de ler os três primeiros e até queria esse, mas depois das resenhas que li minha vontade quase se extinguiu.
    Quem sabe eu dê uma chance mais pra frente.

    Lisossomos

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